Neste episódio especial do Endörfina, recebi Roger de Moraes, um dos primeiros triatletas brasileiros. Em 1983 foi o vencedor do triathlon Café do Brasil, primeira prova organizada no Brasil, realizada na sequência tradicional das modalidades (1k-43k-11k).
Filho de militares, nadador, judoca e corredor dos 3000 metros com obstáculos, leu uma matéria a respeito do Ironman do Havaí em 1982 e resolveu então participar desse desafio, na modalidade recém descoberta. Procurou o então técnico de natação do flamengo, Alberto Klar, que o orientou para a sua primeira vitória em 1983 e para o Ironman do Havaí do mesmo ano, onde foi o melhor colocado com menos de 20 anos de idade.
A vida nômade em uma família militar forjou em Roger uma personalidade fechada e individualista. O judô lhe trouxe disciplina e comprometimento. O resultado disso tudo veio se concretizar em uma vitoriosa carreira como triatleta até 1992.
Leia a seguir um resumo da sua carreira, escrito pela filha Giovanna Nogueira de Moraes e confira no Endörfinabr.com o currículo INCRÍVEL de Roger de Moraes.
Aproveitem!
“Roger de Moraes foi um dos ícones do Triathlon sul-americano durante a década de 80. Venceu em maio de 1983, aos 17 anos, o primeiro Triathlon oficialmente realizado no Brasil tendo sido naquele mesmo ano, primeiro sul-americano e melhor atleta com menos de 20 anos no Ironman do Hawaii. Entre 1984 e 1985 venceu as mais importantes competições realizadas em território nacional incluindo os Triathlons de Florianópolis (bicampeão), Santos, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília (aonde foi homologado o primeiro recorde sul-americano para a distância olímpica). Ainda em 1985, foi vice-campeão brasileiro no Internacional do Rio de Janeiro, venceu o Triathlon Internacional do Atlântico em Mar Del Plata na Argentina e iniciou uma vitoriosa carreira de competições na Europa enfrentado os maiores nomes do esporte internacional. Em 1986, após ser campeão do Triathlon de Belo Horizonte, retornou a Europa e venceu o Triathlon de Eichstatt, sendo também o terceiro colocado na Copa da Bavária na Alemanha. De volta ao Brasil, venceu em Niterói, o Triathlon do “O Globo” conquistando também, algumas semanas depois, o título de campeão brasileiro no Internacional do Rio de Janeiro e de bi-campeão do Triathlon Internacional do Atlântico em Mar Del Plata em emocionante disputa com o então campeão europeu Dirk Aschmoneit. Em 1987, depois de vencer o circuito Company de Triathlon no Rio de Janeiro, foi campeão do Triathlon Internacional de San Andrés na Colômbia e, durante sua temporada na Europa, campeão dos Triathlons de Schomberg e Wittensee e segundo colocado nos Triathlons de Berlin e de St.Wendel aonde sagrou-se vice-campeão alemão superando grandes nomes da época como Jürgen Zack e Rainner Müller. Ainda em 1987, participou de competições internacionais em Mulhouse na França e Munique na Alemanha chegando respectivamente em terceiro e quinto lugar. Em 1988, depois de competir novamente em Mar Del Plata e na Copa do mundo de Triathlon na Austrália, retornou a Europa para vencer os triathlons de Ammersee, Konig-Ludwig, Kotzting e Schliersee, este último também conhecido como Triathlon Alpino por ser realizado nas íngremes montanhas da Bavária. Neste mesmo ano, após uma temporada de competições bem sucedidas nos Estados Unidos (Triathlons de Los Angeles, Phoenix e San Diego), estabeleceu o novo recorde sul-americano do Ironman (Ironman da Alemanha), com o tempo de 8h55′, um dos melhores do mundo naquela ocasião. De 1988 a 1992 competiu em eventos nacionais e internacionais incluindo o Ironman do Hawai e o Triathlon Internacional de Pucon no Chile, interrompendo sua carreira entre no segundo semestre de 1989 até 1991 para concluir seus estudos universitários. Em dezembro de 1992, encerrou sua carreira após um atropelamento ocorrido durante um treino de corrida no Rio de Janeiro e que mesmo depois de várias cirurgias, o impediu de caminhar por dois dolorosos anos. Hoje, 20 anos depois de ter interrompido precocemente sua trajetória de sucesso no Triathlon, ele continua interessado em desvendar os limites do corpo humano. Para melhor compreender o funcionamento do organismo humano diante dos estímulos do exercício físico especializou-se na área tendo concluido o mestrado em fisiologia e farmacologia experimental e o doutorado em biologia celular e molecular. Atualmente é professor e pesquisador na área de fisiologia do exercício e desenvolve projetos de investigação dos efeitos adaptativos do treinamento físico sobre o metabolismo e a reatividade vascular no Laboratório de Investigação Cardiovascular da Fiocruz e no setor de pesquisa clínica do Instituto Nacional do Coração. Além disso, coordena a preparação física de atletas de fundo e lutadores de MMA e é professor na Universidade Estácio de Sá.”