Nascida no interior do Rio Grande do Sul, quando criança, minha convidada praticou natação e balé. Além disso, o esporte não foi algo muito presente em sua vida até muitos anos depois.
Em Porto Alegre ela cursou administração de empresas e aos 25 anos de idade começou a praticar a corrida e dava algumas pedaladas. Profissionalmente empreendeu em uma loja de moda feminina e em 2016, mudou-se para São Paulo, onde conheceu sua cara metade.
Em uma viagem ao Japão, ambos decidiram subir o Monte Fuji. Apesar de totalmente despreparados, gostaram da experiência. De volta ao Brasil e já pensando em novas aventuras, ela começou a praticar musculação e crossfit. Em 2017 fez um curso de escalada e ambos tentaram chegar ao topo do Monte Elbrus. No ano seguinte, subiram o Kilimanjaro e depois se casaram. A dupla seguiu fascinada com o montanhismo e fizeram a primeira tentativa de escalar o Aconcágua.
Quanto mais tempo passavam nas montanhas, mais se questionavam a respeito do estilo de vida e da rotina maluca da vida urbana. Nos últimos anos, ambos vinham se dedicando a fugir da zona de conforto. Em 2019 visitaram 14 países, trabalharam muito e dormiram pouco.
Comemoraram a entrada do ano de 2020 do jeito que mais gostavam, no topo do Monte Roraima e foi lá que eles começaram a discutir a sério a ideia de largar tudo e se jogar no mundo. No primeiro dia útil de janeiro surgiu uma oportunidade e eles não deixaram escapar. Seria o ano da tão sonhada volta ao mundo.
Ela, depois 6 anos como empreendedora, 118 modelos, 296 variações e um total de 5.469 peças de roupas enviadas para suas clientes e amigas, fechou as portas rumo ao desconhecido. O plano inicial consistia e visitar quase 30 países, a maioria deles exóticos e pouco conhecidos. Ela teve coragem de sair em busca de viver um sonho.
Apenas um mês, mas oito países depois, a pandemia começou a fechar as fronteiras e eles escolheram as Ilhas Maurício como retiro, até que as coisas melhorassem. Quando deu, voaram para a Itália e de lá, à medida que as coisas foram arrefecendo, voltaram a viajar, escalar e conquistar os cumes de diversas montanhas ao redor do globo.
Entre um cume e outro, ela ainda se dedicou às corridas de montanha e participou dos 45km da Verbier Marathon, dos 55km da Gran Trail Courmayeur, dos 40km da MCC by UTMB, dos 66km da Ida Half Ultra e dos 60km da Sky Trail Julian Alps.
Ela ousou seguir um chamado interno, que dizia a ela todos os dias “vá, mesmo que com medo, mesmo que não seja a decisão mais fácil porque você não quer mais ficar, porque aqui você nunca estará satisfeita, porque você tem alguém que também quer ir contigo e porque o maior risco, é o de nunca ir.”
Conosco aqui a atleta amadora que passou a dedicar sua vida aos esportes de montanha e às práticas de alpinismo, escalada em rocha e em gelo, corrida em trilhas, esqui e trekkings ao redor do mundo. A sétima brasileira a chegar ao cume do Monte Everest, que ao lado do marido foi o primeiro casal de brasileiros a chegar ao topo do mundo, direto de Praga, na República Tcheca, a bageense Ludmila Ianzer Jardim Lucas.
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