Minha convidada de hoje sempre gostou de esportes. Participava de qualquer atividade que surgia num programa da prefeitura da sua cidade, chamado Escola da Família. Por dois anos ela também integrou o Projeto Bombeiro Mirim. Seu sonho era tornar-se bombeira e foi nesse projeto que ela conheceu a pessoa que a fez se interessar pelo mountain bike. Sua melhor amiga e os pais praticavam a modalidade e ela se acostumou a ouvir as histórias dos treinos e competições. Quando de uma hora para a outra o projeto dos bombeiros foi encerrado, ela decidiu comprar um bicicleta e dar uma chance ao esporte. Já nas primeiras competições obteve destaque e em pouco tempo estava entre as melhores juniores do Brasil, o que a levou à Seleção Brasileira. Representou o país em competições internacionais, fez alguns pódios e participou da Copa do Mundo Júnior.
Tudo ia muito bem até que foi diagnosticada com um problema cardíaco que a impediu de praticar exercícios de alta intensidade. A notícia caiu como uma bomba e “quebrou” o seu ânimo além do que as palavras podem descrever. Sua única chance para voltar a ter uma vida esportivamente competitiva era uma complexa e cara cirurgia.
Passado alguns meses, ela recebeu o convite da sua ex-treinadora e mentora, a veterana Jaqueline Mourão, para participar de uma clínica de rollerski. Lá, as duas teriam a chance de conversar e tentar encontrar juntas uma forma de arrecadar apoio para viabilizar a cirurgia. A oportunidade foi crucial para o que viria a acontecer. Não apenas por ter conhecido e gostado da nova modalidade esportiva, mas porque passado algum tempo, Jaque havia encontrado uma maneira de viabilizar a cirurgia que ela precisava para resolver o seu problema no coração.
Em abril de 2013, dois anos após ter sido diagnosticada, ela passou com sucesso pelo procedimento que colocou um peça de metal em seu coração. Depois de alguns meses em recuperação, voltou para o mountain bike e após um período em que enfrentou dificuldades para se manter no esporte, decidiu aceitar uma proposta da Confederação Brasileira de Desportos na Neve e migrar para o esqui cross country e o biathlon. Em 2014 teve sua primeira experiência na neve e participou das primeiras provas de biathlon. Menos de um ano depois representou o Brasil no Campeonato Mundial Júnior de Biathlon. Ao longo dos anos seguintes foi melhorando suas marcas e conquistou entre outros títulos, o tetra campeonato Sul Americano de Cross Country Sprint, o bi campeonato Sul Americano de Cross Country Distance, o tri campeonato brasileiro de Cross Country Sprint e o bi campeonato de Cross Country Distance e Campeã Brasileira de Biathlon.
Vislumbrando a possibilidade de participar de uma Olimpíada, no final da temporada 2019/20 decidiu focar apenas no esqui cross country, modalidade na qual tinha chances reais de se classificar. Na temporada seguinte venceu todas as provas do Circuito Brasileiro de Rollerski. Mesmo com os planos alterados devido à pandemia do Covid-19, os seus resultados pelo Brasil no Campeonato Mundial de Esqui Cross Country e em algumas provas da Copa do Mundo contribuíram para o país conquistar uma inédita segunda vaga olímpica. Ela e a Jaqueline, agora sua mentora também nos esportes de neve, fizeram história ao competirem juntas o mundial na prova do Team Sprint e ainda se tornaram a única dupla brasileira a completar essa prova pela primeira vez em quaisquer um dos principais eventos internacionais.
Determinada a classificar-se para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022, ela conquistou pela sétima vez consecutiva o título do Circuito Brasileiro de Rollerski, foi Campeã Sul-Americana de Rollerski Sprint e enfrentando várias dificuldades conseguiu bons resultados em duas provas na Europa, o que garantiu a ela a tão sonhada vaga olímpica. No mesmo dia do anúncio oficial do COB colocando o nome dela como parte do Time Brasil para os Jogos Olímpicos de Beijing 2022, ela testou positivo para o Covid, o que adiou a data da sua viagem. Após cumprir o período de quarentena na Áustria e confirmar que estava livre do vírus, estava liberada para se juntar à delegação na China. A caminho do aeroporto aconteceu o inesperado. O carro que a transportava bateu num caminhão e ela teve o seu sonho adiado.
Após quase 1 ano no processo de recuperação das lesões no pé e no antebraço, ela está confiante de que recuperará o lugar que conquistou no esqui cross country nacional. Sem medo de encarar os desafios, ela já está focada na próxima edição dos Jogos, em 2026. Certa de que se foi capaz de conquistar a vaga uma vez, poderá conquista-la novamente.
Conosco aqui a educadora física, ex-mountain biker, praticante de kickboxing, patinadora, esquiadora, biatleta e talvez futura bombeira, direto de Nunspeet, na Holanda, a caraguatatubense perfeccionista Bruna Rafaela de Moura.
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